Dicas de Jardinagem

Como a calatéia sente até o cloro da água e muda seu padrão de folha

Você sabia que a calatéia é uma das plantas mais sensíveis da sua prateleira verde? Parece exagero, mas basta mudar um detalhe na água da rega — como a presença de cloro — para que ela reaja com alterações visíveis nas folhas. A beleza das calatéias, com suas nervuras coloridas e padrões geométricos únicos, vem acompanhada de uma exigência: ela precisa se sentir em casa, como se ainda estivesse nas florestas tropicais de onde veio.

Calatéia: a planta que expressa emoções pelas folhas

A calatéia é conhecida por “falar” com quem cuida dela. Não com sons, claro, mas com sinais claros: folhas que se enrolam, pontas que escurecem ou manchas que surgem de repente. São formas de dizer que algo no ambiente está desagradando. Um dos fatores mais subestimados é a qualidade da água — e o cloro, presente na maioria das torneiras urbanas, está no topo da lista dos vilões.

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Originária das florestas tropicais da América do Sul, especialmente da região amazônica, a calatéia está acostumada a umidade constante, temperaturas amenas e, acima de tudo, água pura. Em seu habitat natural, ela recebe chuva filtrada pelas copas das árvores, livre de produtos químicos. Quando levamos uma calatéia para dentro de casa e a expomos a uma água tratada com cloro, ela percebe a diferença imediatamente.

O que o cloro provoca nas folhas da calatéia?

Ao entrar em contato com o sistema radicular da planta, o cloro presente na água pode desencadear reações visíveis:

  • Pontas secas e queimadas: um dos sinais mais comuns. As extremidades das folhas começam a ressecar e escurecer.
  • Perda do padrão de cor: as listras e desenhos das folhas perdem o contraste, ficando mais opacas.
  • Folhas que se enrolam: típico de estresse hídrico ou químico. A planta tenta se proteger da absorção de substâncias tóxicas.
  • Manchas irregulares: surgem quando há acúmulo de substâncias nocivas nas raízes.

Tudo isso não acontece por acaso — é a maneira da calatéia nos dizer que a água precisa de ajustes.

A solução não exige gastos altos nem mudanças radicais, apenas um pouco mais de atenção e paciência no dia a dia:

  • Deixe a água descansar por 24 horas: ao repousar em um recipiente aberto, o cloro presente na água evapora naturalmente. É um truque simples e eficaz.
  • Use água filtrada ou da chuva: se possível, opte por água de filtro de carvão ativado ou água de chuva armazenada corretamente. Ambas são mais próximas da composição que a calatéia está acostumada.
  • Nunca regue com água quente ou muito fria: além do cloro, a temperatura extrema pode agravar o estresse da planta. Prefira sempre água em temperatura ambiente.

Outros cuidados que influenciam a saúde das folhas

Além da água, há outros fatores que atuam em conjunto com o cloro na hora de afetar o padrão das folhas da calatéia. Um deles é a umidade do ar. Calatéias não gostam de ar seco, típico de ambientes com ar-condicionado. O ideal é mantê-las próximas a umidificadores ou agrupadas com outras plantas para criar um microclima úmido.

Outro ponto essencial é a frequência da rega. Mesmo com água de qualidade, o excesso ou a falta dela prejudicam o sistema radicular e, por consequência, a aparência das folhas. O solo deve estar sempre levemente úmido, nunca encharcado.

Vale a pena manter uma planta tão exigente?

Essa é uma dúvida comum entre jardineiros iniciantes. A resposta é: sim, se você estiver disposto a observá-la com atenção. A calatéia retribui com beleza e um toque de sofisticação na decoração. Quando bem cuidada, ela cresce vigorosa, se movimenta ao longo do dia (em um comportamento conhecido como nictinastia) e se torna o destaque do ambiente.

O desafio da calatéia é, na verdade, uma oportunidade de desacelerar. Ao observar cada mudança nas folhas, você passa a se conectar mais profundamente com a natureza. Ela exige mais, mas também ensina mais.

Cuidar de uma calatéia é como conviver com alguém de personalidade forte: você precisa aprender a linguagem dela. E, neste caso, a linguagem se expressa nas folhas. Compreender a reação da planta à água com cloro é um passo essencial para criar esse vínculo.

Para quem deseja um lar mais verde e cheio de vida, investir nesse tipo de escuta ativa com as plantas pode transformar não só o visual da casa, mas também a sua relação com o tempo, a rotina e até com a ansiedade.

Fabiano Souza

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